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Palavra do Presidente

COMEÇO DE UMA LUTA

É com grande prazer que ocupamos esse espaço para trazer a público um pouco da vitória que conquistamos ao fundar da Fetraadete, uma federação que foi criada por uma necessidade de garantir maior força para uma classe trabalhadora que ainda é nova em nosso país, porém nasceu de uma situação inevitável, pois se o país tem a intenção de acabar com o analfabetismo era mais do que lógico que seria preciso criar meios para que as pessoas e principalmente as crianças tivessem acesso a um transporte que os conduzisse da região de suas residências até a escola onde encontrassem vaga para seus estudos. É bem menor o número de brasileiros que têm condições financeiras para sair de suas casas e pegar uma ou mais condução para chegar até um estabelecimento escolar, mesmo que essa escola seja do governo. Algumas famílias ainda contam com um ganho capaz de suprir as necessidades de pagar uma perua escolar ou um ônibus fretado para atingir o objetivo de começar os estudos e até de completar toda uma seqüência de anos até completar os estudos e preparar mais um profissional para o mercado de trabalho. E esses condutores de ônibus fretados e peruas escolares acabaram sendo os pioneiros dessa categoria que até então nada mais era que um popular “bico” ou trabalho para autônomos que foram comprando carros maiores para atender um público que foi aumentando até que a criação de empresas fosse se tornando um bom tipo de negócio.
O governo também sentindo que o analfabetismo atingia grande parte da população e que para seguir algumas normas de crescimento mundial havia a necessidade de combater o analfabetismo, passou a construir mais escolas e buscar meios de fazer com que as crianças pudessem ter um acesso a esses estabelecimentos de ensino e criar também mecanismos para que os adultos que não tiveram possibilidades de estudar quando criança concluíssem ao menos o ensino fundamental. Com isso foi preciso levar os estudantes das zonas rurais até a escola mais próxima de suas residências e o transporte escolar passou a ser obrigatório havendo um crescimento de trabalhadores assumindo a função de transportador escolar. Seria impossível colocar ônibus, vans e outros veículos no transporte de crianças que se dirigem para as escolas sem que houvesse também os responsáveis por tomar conta dos menores que passaram a ser chamados de monitor auxiliar de porta.
Durante algum tempo os trabalhadores do transporte escolar eram de uma categoria que não tinha uma referência e estavam sem uma representação, sendo obrigados a escolher algum sindicato que tivesse alguma relação com transporte ou fretamento para buscar apoio nos momentos de maior necessidade e com isso acabavam pagando mensalidades para sindicatos que nada ou quase nada faziam pela categoria. Foi assim que passaram a ser criados os Sindicatos, unindo trabalhadores de Auto-Escolas, Despachantes e os trabalhadores do Transporte Escolar. Dentro dessas dificuldades foi que os sindicatos dessa categoria foram tomando corpo, reconhecendo os principais problemas que passaram a ser resolvidos por parte de acordo com a necessidade e adaptando a função a uma nova categoria de trabalhadores a ser reconhecida.
Depois de firmada a categoria que já conta com vários sindicatos pelas regiões do estado de São Paulo, alguns dos diretores desses sindicatos resolveram se unir para uma maior integração e notando a igualdade de muitos dos problemas sofridos pelos trabalhadores e as necessidades para melhorias no trabalho, chegou-se a conclusão de fundar uma federação para que oficialmente todos os sindicatos possam se ajudar e ganhar força.
Já passamos pelo primeiro ano da união e apesar de ainda estarmos na construção de uma entidade forte, os nossos sindicatos já estão obtendo um maior reconhecimento por parte dos empresários e com isso o respeito é notado nos momentos das negociações salariais, de benfeitorias e melhorias para os trabalhadores. Conquistamos um piso salarial, conseguimos garantir cesta básica, temos Colônias de Férias que atendem nossos associados e outras conquistas que até pouco tempo não passavam de um sonho para quem trabalha no Transporte Escolar.
Para os trabalhadores em Auto-Escolas e Centros de Formação de Condutores A e B e Despachantes também foram feitas conquistas e dentre elas o registro da carteira de uma grande porcentagem de funcionários que eram praticamente escravizados pelos patrões, empresas desafiavam a categoria por acharem que não existia uma representatividade e isso acabou sendo mudado depois que as Delegacias Regionais do Trabalho foram comunicadas pelos Sindicatos e as fiscalizações passaram a ser realizadas com mais constância. Trabalhadores ainda ganharam o direito de um convênio médico e passaram a verificar a diferença positiva no comportamento dos patrões que ao sentirem a seriedade na representação dos Sindicatos passando a respeitar seus funcionários.
Camaradas, essa nossa luta está apenas no começo e precisamos estar a cada dia mais unidos para que ela ganhe munição e o final da guerra seja com a esperada vitória. A FETRAADETE está fazendo sua parte e contamos com todo apoio da categoria para que nos próximos anos possamos apresentar muito mais resultado positivo. Vamos juntos buscar melhorias e conquistas dos nossos direitos.

Alexandre Gerolamo de Almeida
Presidente